Mundial de Clubes : Barcelona 4 x 0 Al-Sadd

Mundial de Clubes : Barcelona 4 x 0 Al-Sadd
Ninguém tinha muita dúvida de que o Barcelona teria uma razão para comemorar nesta quinta-feira, em Yokohama. O que surpreendeu mesmo foi o fato de os campeões europeus terem ganhado um motivo dos piores para lamentar.

Na noite em que confirmou seu favoritismo e derrotou o Al-Sadd, do Catar, por 4 a 0, o Barça se classificou para a decisão da Copa do Mundo de Clubes da FIFA diante do Santos, mas o fez com um quê de tristeza e preocupação, graças a uma lesão de David Villa. Numa disputa de bola dentro da área no final da primeira etapa, o atacante sofreu uma fratura na tíbia e, segundo o clube, deve estar cerca de seis meses afastado do futebol.

Sem seu titular no ataque, o Barça se prepara para encarar o Santos na decisão em Yokohama neste domingo, a partir das 19h30 locais (8h30 de Brasília).

O jogo

A estratégia do Al-Sadd era previsível e, de fato, não se pode culpar os catarianos por isso. Diante de uma equipe tão superior tecnicamente, afinal, o que fazer senão recuar todos os seus jogadores o máximo possível?

Funcionou até que bem durante os primeiros minutos de jogo. O Barça, claro, tomou conta da posse de bola e trocou passes à exaustão (do adversário, não sua) até que a primeira brecha clara se abrisse. Ou, no caso, que o primeiro erro acontecesse e permitisse que os catalães abrissem o placar. Foi num cruzamento de Pedro da esquerda, aos 25 minutos. O argelino Nadir Belhadj, no segundo pau, tratou de escorar para o goleiro Mohamed Saqr. Este se atrapalhou com os pés – já que não podia segurar com as mãos -, errou o domínio e deixou a bola constrangedoramente à mercê de Adriano, que marcou 1 a 0.

O segundo não demorou a chegar, mas, antes dele, o único verdadeiro momento de preocupação do dia, quando David Villa invadiu a área pela esquerda e, ao tentar concluir para o gol de perna esquerda, sofreu uma lesão grave na tíbia. Ele saiu de maca para o vestiário e, aos 39 minutos, foi substituído pelo chileno Alexis Sánchez.

Quatro minutos depois, o brasileiro Adriano - que jogou na lateral direita no lugar de Dani Alves, poupado, e não em sua posição original, a esquerda – voltou a aparecer: na entrada da área, recebeu passe de Thiago, cortou para o meio e bateu cruzado. Era o 2 a 0 que trouxe tanta tranquilidade que, nos últimos instantes da primeira parte, o Al-Sadd chegou a encaixar dois contra-ataques com o marfinense Kader Keita, que, no entanto, primeiro chutou por cima e, sem seguida, acertou na barreira uma cobrança de falta perigosa.

Para a segunda etapa, a postura do time de Jorge Fossati – de novo compreensivelmente – foi a mesma: se segurar na defesa antes de qualquer ideia de ir ao ataque. E o placar só foi se mexer de novo aos 19 minutos, numa jogada individual de Lionel Messi que terminou num passe prefeito para Seydou Keita dentro da área. O malinês só cutucou na saída do goleiro.

Depois de Alexis Sánchez também sair lesionado, com uma moléstia muscular, a nove minutos do fim, outro brasileiro – Maxwell, que entrara pouco antes no lugar de Eric Abidal – ainda fechou o placar, batendo cruzado ao invadir a área pela lateral esquerda e superando o inseguro goleiro Saqr. O resultado e a esperada vaga na final ficaram de bom tamanho. Difícil foi esquecer o drama de Villa no primeiro tempo.

O que eles disseram: Al-Sadd x Barcelona

"Estamos contentes pela oportunidade de jogarmos contra o Barcelona, que é o melhor time do mundo. Cometemos alguns erros e sofremos uma clara derrota, mas estou satisfeito com os meus jogadores. Para eles, este jogo foi uma experiência maravilhosa. Eles poderão se beneficiar disso para se desenvolverem no futuro. Também foi importante para o desenvolvimento do futebol no Catar. Claro que ninguém gosta de perder por 4 a 0, mas o Barcelona está simplesmente um nível acima do resto. Essas coisas acontecem quando você enfrenta um adversário desses."
Jorge Fossati, técnico do Al-Sadd
"O Al-Sadd ficou muito compacto na defesa e tentava sair no contra-ataque com os seus dois rápidos atacantes. Dessa forma, foi difícil encontrar espaços livres. Mas de maneira geral foi uma boa partida para nós. Estamos ansiosos para disputar a final contra o Santos, uma equipe muito forte e técnica. Obviamente, queremos conquistar o título, assim como fizemos há dois anos. A contusão do David Villa nos deixou muito tristes. É um duro golpe para a minha equipe. Espero que ele se recupere o mais rápido possível."
Pep Guardiola, técnico do Barcelona