[Mini-Saia F.C]Gols de letras

Professora Gostosa, Mini Saia
Olá,Sócios do Mini-Saia F.C!

Enquanto a dança das cadeiras toca para os técnicos brasileiros nesta semana,damos um trégua nas notinhas,até tudo se ajeitar e colocamos em prática gols de letras.

Mini-Saia F.C não é apenas, mulher, futebol e salto alto, é muito mais.

Pensando nisso, o time coloca em prática um projeto da dona do time: Futebol e Letras!

O que os dois têm em comum?

Como manter os pequenos craques em sala de aula com a professora de Português no momento da educação física?

Não há mini-saia que resolva!



Portanto eis o esquema tático:

Apresentar o futebol com suas regras, onde os alunos serão levados a produzirem textos e trabalharem a escrita criando um esquema tático/montagem da equipe e ficha técnica.

Haja criatividade!

Sendo assim todos para o campo, onde os profissionais da educação física que comandam.

No final do jogo,o times retornam a sala de aula e para acalmar os ânimos poderão optar por fazerem a resenha do jogo ou uma crônica.

Como estamos falando de crianças, nessa resenha não haverá cerveja,churrasco e boteco.

Isso é trabalho para as “professoras” do time Mini-Saia!

E para inspirar os alunos, uma crônica de um dos seres mais apaixonantes da face da terra, por este, o Mini-Saia se derrete:

O inefável Armando Nogueira!

Armando Nogueira
Pelada de Subúrbio
Armando Nogueira

Nova Iguaçu, quatro horas da tarde, sábado de sol. Dois times suam a alma numa pelada barulhenta; o campo em que correm os dois times abre-se como um clarão de barro vermelho cercado por uma ponte velha, um matagal e uma chácara silenciosa, de muros altos.

A bola, das brancas, é nova e rola como um presente a encher o grande vazio de vidas tão humildes que, formalmente divididas, na verdade, juntam-se para conquistar a liberdade na abstração de uma vitória.

Um chute errado manda a bola, pelos ares, lá nos limites da chácara, de onde é devolvida, sem demora, por um arremesso misterioso. Alguns minutos mais tarde, outra vez a bola foi cair nos terrenos da chácara, de onde voltou lançada com as duas mãos por um velhinho com jeito de caseiro.

Na terceira, a bola ficou por lá; ou melhor, veio mas, cinco minutos depois, embaixo do braço de um homem gordo, cabeludo, vestido numa calça de pijama e nu da cintura para cima. Era o dono da chácara.

A rapaziada, meio assustada, ficou na defensiva, olhando: ele entrou, foi andando para o centro do campo, pôs a bola no chão e, quando os dois times ameaçavam agradecer, com palmas e risos, o gesto do vizinho generoso, o homem tirou da cintura um revólver e disparou seis tiros na bola.

No campo, invadido pela sombra da morte, só ficou a bola, murcha.

Do livro "Os melhores da crônica brasileira", José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1977, pág. 22.
http://www.releituras.com/anogueira_suburbio.asp


Abraços e pão de queijo!

Mini-Saia F.C!