[Libertadores 2010] E o Mineirão se calou...



É amigos butequeiros, com uma partida taticamente quase perfeita, muita dedicação, um pouco de sorte e principalmente com um aproveitamento surpreendente no ataque, o Tricolor do Morumbi superou todas as adversidades e saiu de Belo Horizonte com um resultado que nem o mais fanático torcedor imaginaria.

E o melhor: Venceu com todos os méritos.

O São Paulo jogou conforme o script da Libertadores, e mas que vencer, fez dois gols fora de casa! Para jogar uma competição como essa não precisa ser necessariamente dono de um futebol bonito. Basta ser competitivo, se segurar na hora certa, fazer gol na hora exata, contar com jogadores focados e um plano de jogo bem desenhado. Esse é o segredo. E como o dono do buteco já havia dito antes, a camisa na Libertadores pesa, e muito.

Com a ausência de Miranda, o São Paulo optou por um 3-5-2 com Xandão na sobra e Richarlyson fazendo o terceiro zagueiro. Cicinho e a “surpresa” Junior Cesar foram os alas, Souto, Hernanes e Marlos fizeram o meio para Dagol e Fernandão jogarem no erro do adversário, no ataque.

O primeiro tempo foi excelente. O São Paulo anulou as principais jogadas do adversário (que eram as laterais) e acompanhou muito bem os volantes cruzeirenses. Restava ao adversário o ataque “mano a mano” contra a defesa menos vazada da competição.

Com um sistema defensivo bem aplicado, restava ao tricolor atacar cirurgicamente com seus três atacantes, já que Marlos fazia o papel de meia atacante. Aí veio o fator diferente : Fernandão.

Se não está em sua melhor forma, se não está entrosado, o camisa 15 provou (pelo menos a mim) que é diferenciado. Joga na frente fazendo o pivô mas não fica condicionado somente na definição das jogadas. Aliás, os dois gols foram frutos de participação decisiva sua. Arrisco dizer que um jogador como ele era o que o São Paulo estava precisando.

Mesmo com a limitação de Richarlyson (que tomou mais um cartão no primeiro tempo numa falta típica das suas) e menos posse de bola do que deveria, o tricolor fechou o primeiro tempo com uma ótima apresentação e um belo gol; iniciado por Fernandão, passando por Marlos e acabando nas redes com Dagoberto. Essa alquimia pode dar o que falar!

Veio a segunda etapa e, claro, uma pressão maior do Cruzeiro. Achei que o SPFC recuou um pouco cedo demais, explorando os raros contra-ataques. Num deles, a jogada mágica de Fernandão que, de calcanhar, deixa Hernanes livre para marcar o segundo gol.

Além disso, um erro grave do bandeira, dando impedimento quando não houve e consequentemente invalidando um pênalti do Fábio (último homem da defesa) em cima do estreante.

Também houve um gol anulado de Thiago Ribeiro que estava na mesma linha de Alex Silva. E houve muito, muito sufoco mineiro na nossa sólida e amarelada zaga. Bola na trave, catimba, pressão… é assim que se desenha uma Libertadores.

Ninguém fugiu da luta e o tricolor dançou conforme a música. Não fosse uma substituição errada de Ricardo Gomes (Washington em campo matou nosso contra ataque) diria que poderíamos ter feito até mais.

Mas, enfim, se não foi uma apresentação exuberante, foi exatamente aquilo que o torcedor pede. Competitividade, aplicação, superação e muita raça. Parabéns a todos os envolvidos no dia de hoje. Jogando sério desse jeito as esperanças aumentam muito para a torcida tricolor.

Texto de Daniel Perrone.

Um forte abraço,

Douglas Nacif.
Orkut

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