Grêmio joga bem, mas perde para LDU : 1 a 0

A altitude de 2,8 mil metros não fez cócegas, a LDU pouco finalizou, Eduardo Vargas entrou bem e Marcelo Moreno cansou de perder gols. Tudo pendia para uma consistente vitória do Grêmio na fria noite desta quarta-feira, em Quito, mas os equatorianos aproveitaram uma das raras chances da etapa final, um minuto após lesão e substituição do goleiro Dida, para definir o placar em 1 a 0, largando na frente no confronto de mata-mata da pré-Libertadores.

Na partida de volta, na próxima quarta-feira, dia 30, na Arena, em Porto Alegre, o Grêmio precisa ganhar por dois gols de diferença. O 1 a 0 a seu favor leva a decisão aos pênaltis. A LDU avança com nova vitória, empate e se perder por um gol desde que balance a rede rival.

Os dois times, antes, têm compromissos nos seus países. A LDU estreia sábado, contra o Universidad Católica, no Campeonato Equatoriano. O Grêmio, quinta-feira e domingo, tem compromisso pelo Gauchão diante de Canoas e Santa Cruz, respectivamente. Ambos devem atuar com reservas.

O que parecia uma boa notícia, na verdade, se revelou um problema ao Grêmio. Ao perder o lateral-esquerdo Rojas por lesão, o treinador Edgardo Bauza lançou mão de uma improvisação: deslocou o lateral-direito Reasco, apostou no volante Hidalgo na direita e deu chance a Urrutia no meio. Pobre Pará. Escalado para controlar os movimentos daquele setor, teve muita dificuldade. A LDU atacou sempre por lá. Esta foi a tônica do primeiro tempo.

Àquela altura, aos oito minutos, o Tricolor suportara bem a pressão inicial do rival, que tinha tido apenas dois escanteios. A altitude não parecia afetar o fôlego dos jogadores. O time estava bem compactado, acertando passes e sabendo respirar. Dida demorava a cobrar tiro de meta, cada queda era retardada para ter um descanso maior e piques só eram dados em último caso.

O que ajudou também foi o desentrosamento da LDU. Com 16 novas contratações, seis delas titulares, o time equatoriano abusou dos passes errados. Foi burocrático, por momentos. Até que Hidalgo começou a desequilibrar.

Sempre pela direita, conseguia chegar à linha de fundo e cruzar. Foi assim que Vitti quase marcou, aos 15 minutos, após subir mais do que Saimon e cabecear para fora. Outros dois cruzamentos fora afastados para trás por Cris, um zagueiro seguro. O problema é que geravam escanteios. Foram sete nos 45 minutos iniciais, contra dois do time brasileiro.

Grêmio melhora e diminui rival

Com o passar do tempo, a marcação tricolor acertou. Elano e Zé Roberto conseguiram se desdobrar para auxiliar os volantes Fernando e Souza. Assim, os laterais pararam de ficar livres. E o Grêmio começou a jogar. Especialmente pela direita. Ao ir à linha de fundo, Tony encontrou Marcelo Moreno. Pena que a bola já tinha saído.

Fernando, aos 37, arriscou de fora da área o primeiro chute em gol. A falta de movimentação dos centroavantes Willian José e Moreno foi compensada pelas escapadas de Elano e Zé Roberto. Numa deles, o camisa 10 cruzou, houve bate-rebate e o Grêmio só não marcou pois o chute de Elano bateu no zagueiro Araujo. O primeiro tempo acabou com a sensação de que o rival não era tão poderoso assim e o Grêmio poderia surpreender.

Vargas entra. E só dá Grêmio

Vanderlei Luxemburgo sacou o discreto Willian José a apostou em Vargas. No primeiro lance, fez uma correria pela direita. Aquele era o caminho. Aos três minutos, descobriu Tony. Este cruzou. A bola passu pelo goleiro e a defesa. Encontrou Moreno que desviou para fora. O lance animou o Grêmio, encolheu a LDU. Chutes de fora da área de Pará e Souza assustaram Dominguez, um goleiro com sorte. Quando ele não defendeu, o travessão o ajudou. Souza completou cruzamento no ferro superior.

Só com a entrada de Saritama o público local voltou a se manifestar. Mesmo assim, os ataques se resumiam a chutões para a área, sempre afastados por Cris e Saimon ou defendidos por Dida. Até que o azar...

Dida sai. E a LDU aproveita

O goleiro tricolor se machucou ao sair do gol em choque com Garcés. Eram 27 minutos. Marcelo Grohe, o titular da temporada passada, foi chamado. E em menos de dez segundos sentiu o que o colega não tinha visto. Uma pressão irresistível. Saritma cruzou, a zaga afastou. A bola voltou da esquerda. Garcés completou, Marcelo tirou, mas Feraud tocou para a rede: 1 a 0, aos 29 minutos.

Com Marco Antonio e sem Elano, o Grêmio foi para cima. Quase empatou com cabeçada de Moreno, para fora. Aos 45, Fernando emendou um belo chute no travessão. Ficou a frustração de jogar bem e perder. Terá de dar o troco em Porto Alegre se quiser continuar com o sonho de ser tri da América.